Recentemente postei um trabalho de metodologia do Nicolau, a respeito de clivagem oxidativa de olefinas. Meu amigo Leandro me mandou um email com algumas considerações a respeito (infelizmente ele não postou nos comentários). Ele me chamou atenção para o desafio imposto na reação de clivagem oxidativa no que diz respeito a sua utilização industrial, e nesse sentido realmente a metodologia do Nicolau é só mais uma... Ele apontou para o desafio de desenvolver metodologias com maior economia de massa e que utilizem ar atmosférico momo oxidante. É para isso que servem essas discussões, para fazer refletir, aprender e compartilhar experiências. Acredito que sua experiência na industria tenha contribuído para esses tipos de questionamento.
Confesso que a ultima coisa que penso quando discuto síntese é aplicação industrial, sempre estou focado na síntese total de bancada, e acredito que isso pode ser uma falha na minha formação como sintético.
Pensando a esse respeito encontrei um artigo no ASAP do JOC que trata deste tema, onde é desenvolvido uma metodologia utilizando paládio, O2, e APTS para clivagem da olefina e utilizando base no lugar do ácido é fornecido o produto de diidroxilação. Neste trabalho os autores chamam atenção para o desafio desta transformação em escala industrial. Apesar dos autores considerarem a metodologia "environmentally benign", o protocolo standart descrito utiliza 8 ATM de O2, aquecimento a 100°C por 24 horas! Não tenho muita experiência em grande escala mas acredito que o gasto de energia seria bem grande utilizando essa condições, contudo sinceramente não sei mensurar se esse gasto a mais seria compensado pelo ganho de balanço de massa em relação as metodologias convencionais. Um outro ponto que me chamou atenção foi quanto as tabelas apresentadas, as olefinas utilizadas são relativamente simples e praticamente sem grupos funcionais, o que deixa a pergunta: E em estágios mais avançados da rota, com moléculas mais complexas, será que funcionará? Mas esta observação não tira a qualidade do trabalho, pois os próprios autores chamam atenção para os desafios ainda existentes para a metodologia.
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